domingo, 18 de novembro de 2012

Eu sou criança.

E vou crescer assim.
Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar sabores, sentir odores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona um fax. Verdade seja dita: entender, eu acho que entendo, meu pai me explicou.

Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas - pelo menos para mim.

O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara, as orações têm esse poder. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual aos brinquedos em miniaturas. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. 

Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama -pra descansar a alma e dormir sossegado.Pensar demais gera ansiedade. Coragem eu tenho um monte, mas medo eu tenho poucos, um dia ouvi que isso é igual a paz. Tenho medo de fogos de artifício,  tenho medo das pessoas, tenho medo de mim quando estou com fome. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar, ainda me surpreendo com minha mente.

Mas uma coisa eu digo: eu não paro!  Perco o rumo, tropeço, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou, tenho fé. Só paro pra perguntar quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou lindo, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o meu leitinho ficou forte demais. 
Eu sou assim. Nada de meias-palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual a oração: tem que ser inteira senão perde a força.

Sou menino levado, príncipe, meu trono é o colo da minha mãe, sou criança crescendo com deveres de casa pra fazer.E mesmo pequeno, não deixo de crescer. Brinco igual gente grande, fico sério, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E amo quando não sou correspondido. 

Amo igual a criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um carrinho novo, um brinquedo que você ganhou e não gostou, uma fábula bonita pra me fazer sonhar e adormecer. Criança gosta de beijo, abraços, sorrisos e boas surpresas!


Este texto é uma adaptação de um texto, que parece ser de autoria de Fernanda Mello, segundo o blog: Criança Genial.

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Desde já obrigado pela atenção e carinho dispensados.

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